quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Diante da noite, me via em prata.



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Acorrentada pelas presas de uma lua murtuosa. Noiva de um eclipse eterno, onde nem motocicletas, nem automovéis acenderiam as chamas furiosas de meu coração. Ela fazia parte de minha vida. Gotas de fogo brotavam por detrás de um único olhar incessantemente após o fim do arco-íris. As estrelas faziam arte sobre nossos corpos. Movimentos, passos e gestos inteligentes rematavam a tragédia de sua morte. Serei a nascente de água a verter em vinho. Sangue de meu Jesus. As cores de sua face eram tão frias, quanto em noites de lua cheia. Apesar de morta, era vitoriosa. Deixará-me em luto, sendo santa perdendo forças. A religião em que amo unicórnio é oposta a meu Jesus. O corpo de um unicórnio delineado sobre a tatuagem de minha pele, tornará-me um soldado perdedor. Fuzilado pelas armas da sociedade, tornará-me merda semelhante a ela. Motor furioso, fogo no asfalto. Seus faróis ofuscam tal eclipse. Sua caveira motorizada trás alguém consigo. Trás a ressurreição cristã. O pisar do motoqueiro desponta, lá no horizonte, doirando meu luto com seus beijos. Há sobre sua fronte a imagem de um cálice. Bebo-o, à procura de inebriar-me. Tem gosto de fama, poder, glória e simplesmente amor.


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